SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva do ex-presidente da Mancha Alviverde, Jorge Luis Sampaio Santos, do vice-presidente Felipe Mattos dos Santos e do advogado da torcida Luiz Ferretti Junior. A decisão foi anunciada na tarde desta quinta-feira (19), após pedido da Polícia Civil.

Outros 17 integrantes da torcida organizada também tiveram as prisões decretadas. Destes, cinco estão foragidos.

Para a investigação do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), eles têm envolvimento na emboscada ocorrida em 27 de outubro que resultou na morte do cruzeirense José Victor Miranda. O caso ocorreu na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo.

Segundo a polícia, Jorge Luis foi responsável por idealizar, planejar e executar a ação. Sua defesa nega.

O juiz Cristiano Cesar Ceolin, da 2ª vara de Mairiporã, determinou que o advogado Ferretti Junior seja colocado em uma cela especial, o que é previsto na legislação.

A Justiça ainda decidiu arquivar a ação contra Henrique Moreira Lelis. Ele era apontado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público como um dos envolvidos na emboscada, mas estava no Rio de Janeiro quando tudo aconteceu.

Para justificar seu encarceramento, a polícia usou uma imagem da confusão em São Paulo. Segundo os investigadores, Lelis estava nela. No entanto, se tratava de outro homem negro.

O CASO

Um ônibus da Máfia Azul, torcida do Cruzeiro, foi interceptado pela Mancha Verde por volta das 5h deste domingo, na altura do km 65 da rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo.

O ataque seria um revide a um confronto entre eles em setembro de 2022, na mesma rodovia, mas em solo mineiro. Naquela ocasião, entre os agredidos estava o atual presidente da Mancha, Jorge Luis.

A ação deste domingo terminou com vários feridos e um morto, José Victor Miranda, 30. Natural de Sete Lagoas (MG), ele era motoboy, pai de um menino de sete anos e “um cara do bem”, segundo sua prima, Camila Vieira, 36.

A direção da Mancha negou a autoria da emboscada, culpando um grupo isolado.

Os cruzeirenses voltavam de um jogo contra o Athletico Paranaense em Curitiba. O Palmeiras havia jogado contra o Fortaleza na capital paulista.

Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os policiais encontraram no local do confronto, espalhados pelo chão, objetos usados para furar pneus, conhecidos como miguelitos, além de fogos de artifícios e bombas caseiras.

Um dos ônibus usados pelos cruzeirenses foi incendiado. Um segundo, depredado. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o ônibus em chamas. Os vídeos também registraram o momento em que torcedores mesmo feridos são agredidos.