BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo de São Paulo assinou na segunda-feira (16) o contrato de reforma do estádio Ícaro de Castro Mello, principal palco do atletismo no estado e parte do complexo esportivo do Ibirapuera.

O valor contratado junto ao Consórcio Estádio Olímpico Ibirapuera é R$ 63,7 milhões, definido por licitação, mas o custo total da obra para o Estado será R$ 70 milhões, incluindo os valores do projeto e do acompanhamento da obra.

O dinheiro virá da Secretaria de Esportes, porém a obra está sob responsabilidade da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), que foi quem assinou contrato com o consórcio.

Como mostrou a Folha, o grupo é encabeçado pela baiana OCC Construções, empresa que recentemente participou da reforma do Mangueirão, em Belém, outro estádio ícone do atletismo brasileiro.

Também participam do consórcio a Saeid Engenharia, a Playpiso, especializada em pisos esportivos e que deverá fornecer a pista de corrida, e a Kango Brasil, uma das líderes do mercado de assentos para ginásios e estádios.

O contrato tem vigência de 19 meses, mas a obra só pode começar depois de aval do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que em novembro aprovou o tombamento definitivo de todo o Complexo Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, que inclui Ícaro de Castro Mello – que, na licitação da obra, é chamado de forma incomum de “estádio olímpico”.

Qualquer intervenção arquitetônica no Ícaro, no Ginásio Esportivo Geraldo José de Almeida, conhecido como “ginásio do Ibirapuera”, no Conjunto Aquático Caio Pompeu Toledo, do arquiteto Nestor Lindenberg, no Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro, anexo ao estádio, precisam ser aprovados pelo Iphan.

O projeto de reforma do estádio, porém, não prevê alterações arquitetônicas significativas, mas melhorias estruturais. Prevê também um novo sistema de iluminação, 11 mil assentos e uma pista de corrida com nove raias e que atenda as exigências para a certificação máxima da World Athletics.

A reforma do local pode se tornar um ativo, porém, na disputa que São Paulo trava com o a dobradinha Rio de Janeiro/Niterói pelo posto de candidatura do Brasil aos Jogos Pan-Americanos de 2031. A capital paulista foi a primeira a se apresentar, por movimentação da prefeitura, enquanto Rio e Niterói lançaram candidatura este mês. A decisão será a assembleia do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que deve deliberar sobre em janeiro.

Na semana passada, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou o início de processo para a construção de um velódromo no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, equipamento que hoje a cidade de São Paulo não tem — o próprio estádio Ícaro de Castro Mello no passado teve uma pista para a prática de ciclismo, que não tem as medidas oficiais.

A obra também está ligada à CDHU, contratada pela Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência para elaborar os projetos básico e executivo, por R$ 4 milhões.