Uma reunião realizada em Brasília há cerca de duas semanas revelou fissuras no PL de Goiás. Articulado pelo vereador eleito Major Vitor Hugo (PL), o encontro reuniu o vice-governador Daniel Vilela (MDB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A movimentação gerou desconforto dentro do partido, que atualmente promove a pré-candidatura do senador Wilder Morais (PL) ao governo do estado, enquanto Daniel Vilela é apontado como possível sucessor do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

Tensões nos bastidores
Nos círculos políticos, comenta-se que Vitor Hugo estaria tentando fortalecer sua posição para disputar uma vaga no Senado em 2026. Essa intenção estaria em conflito com os interesses do deputado federal Gustavo Gayer (PL), outro nome cotado para o Senado.

O diretório estadual do PL não demorou a reagir, emitindo nota de repúdio à iniciativa de Vitor Hugo. No comunicado, o partido criticou a aproximação com Daniel Vilela, aliado de Lula (PT) em nível nacional, classificando a atitude como “personalista” e desalinhada com os objetivos partidários.

Resposta de Vitor Hugo
Diante da repercussão, Vitor Hugo utilizou as redes sociais para se defender, chamando a nota do PL de “maldosa, infantil e mentirosa”. Ele afirmou que a sigla ainda não definiu candidatos para as eleições de 2026 e que a escolha será feita apenas durante a convenção partidária.

“Eu só preciso da autorização do presidente Jair Bolsonaro para levar qualquer pessoa para dialogar com ele. E foi exatamente isso que aconteceu”, argumentou Vitor Hugo. Ele ainda destacou que Bolsonaro mantém respeito por Daniel Vilela, evidenciado pela entrega da “Medalha 3i”, concedida pelo ex-presidente a pessoas de sua confiança.

Impacto político
A articulação de Vitor Hugo levantou questionamentos sobre a unidade do PL em Goiás, especialmente no cenário de construção de alianças para 2026. Enquanto o partido tenta consolidar Wilder Morais como seu principal nome para a disputa estadual, episódios como este colocam em evidência divergências internas que podem impactar os rumos eleitorais da sigla.

O episódio também reacende debates sobre a relação entre o PL e outras forças políticas, como o MDB, em um contexto de transição e rearranjo de lideranças estaduais e nacionais.