Durante a cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos em Aparecida de Goiânia, na manhã desta terça-feira (17/12), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, cobrou uma postura mais ativa do governo federal em relação à crise de saúde na capital. Ele destacou que o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), tem 200 leitos fechados.
“Uma pergunta que precisa ser feita, especialmente pela imprensa, é: por que o Hospital das Clínicas, que é do governo federal, mantém tantos leitos fechados? O Estado de Goiás está assumindo toda a demanda da capital, mas onde está o apoio do governo federal em um momento crítico como esse?”, questionou Caiado.
O governador comentou ainda sobre a nova operação da Polícia Civil, que investiga supostos desvios de R$ 10 milhões na Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A ação resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão e 17 de busca e apreensão. “São ações conduzidas pela Polícia Civil. Caberá a eles esclarecer os fatos à população”, afirmou.
Questionado sobre o impacto das investigações na intervenção estadual na saúde municipal, determinada pela Justiça, Caiado afirmou que o interventor, Márcio de Paula Leite, está desempenhando suas funções para enfrentar o colapso. Ele também ressaltou que, atualmente, o Estado não apresenta fila para leitos de UTI, apesar da sobrecarga dos hospitais estaduais.
O HC-UFG/Ebserh, por sua vez, informou ao jornal A Redação que não foi contatado pela equipe do interventor, mas que abriu recentemente 10 leitos de UTI pediátricos e 6 de UTI adulto, disponibilizando-os às secretarias de saúde municipal e estadual.
A crise na saúde de Goiânia também tem sido marcada por mortes de pacientes aguardando atendimento, paralisações de equipes médicas e falta de insumos básicos, como luvas e seringas. Desde o fim de novembro, a pasta municipal enfrentou a prisão do então secretário de Saúde, Wilson Pollara, e a renúncia de dois substitutos em menos de uma semana.