Dois meninos nasceram em 15 de outubro de 2021, com apenas 14 minutos de diferença, no Hospital da Mulher, em Inhumas, Região Metropolitana de Goiânia. De acordo com as famílias, as restrições impostas pela pandemia de Covid-19 impediram os pais de acompanharem os partos, realizados por equipes médicas distintas.

Yasmin Késsia da Silva e Cláudio Alves, pais de um dos bebês, e Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza, pais do outro, descobriram a troca apenas em outubro de 2024. A suspeita surgiu após a separação de Yasmin e Cláudio, quando ele solicitou um teste de DNA para confirmar a paternidade.

Relatos das famílias
As mães afirmam não terem tido contato imediato com os recém-nascidos. Yasmin, que se sentiu mal durante o parto, relatou ter visto o bebê apenas no quarto, após o efeito da anestesia. Já Isamara disse que o bebê foi levado até ela no quarto, onde vestiu nele a roupinha do primeiro filho, sem perceber nada de errado.

Os pais criticaram a falta de cuidado do hospital. “É um erro grave que não deveria acontecer. Estamos vivendo um pesadelo”, declarou Guilherme Luiz.

Após o exame de DNA, repetido para confirmação, Yasmin ficou surpresa ao descobrir que o bebê não era biologicamente seu. “Achei que fosse um erro. Mas a contraprova confirmou”, disse ela.

Descoberta e investigação
Yasmin, que conhecia Guilherme de vista, procurou um pastor da igreja frequentada pela outra família para contar o ocorrido. Após isso, Isamara e Guilherme realizaram um teste de DNA, que confirmou a troca.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, que exige identificação correta de recém-nascidos e mães. A Justiça ainda decidirá o futuro das crianças, enquanto as famílias tentam lidar com as consequências emocionais. “Queremos nos aproximar e criar uma grande família a partir de agora”, afirmou Isamara.

Posicionamento do hospital
O Hospital da Mulher, em nota, afirmou colaborar integralmente com as investigações e que medidas internas foram adotadas para apurar responsabilidades. A unidade também destacou a revisão de protocolos de segurança e pediu compreensão em relação à sensibilidade do caso.

Próximos passos
A Polícia Civil continua investigando o ocorrido, enquanto as famílias tentam se adaptar à nova realidade e planejar o futuro das crianças.