O projeto Bandeiras do Corredor, criado com o objetivo de monitorar a fauna de mamíferos e aves terrestres na região Sudeste de Goiás, já identificou mais de 30 espécies em aproximadamente um ano e meio de execução.
A ação, coordenada por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) em parceria com a Aliança da Terra e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), é desenvolvida no corredor entre os parques estaduais da Serra de Caldas Novas (Pescan) e da Mata Atlântica (Pema).
“Nós conseguimos dados tanto sobre espécies mais abundantes, quanto sobre espécies raras”, afirma a pesquisadora Alessandra Bertassoni, coordenadora do projeto.
“Reunimos informações, por exemplo, sobre qual tipo de espécie está presente em cada habitat, em cada tipo de ambiente, e reforçamos o entendimento de que quanto mais preservado é o ecossistema, mais espécies viverão nele”.
Projeto Bandeiras do Corredor
Nesta campanha de campo, os pesquisadores registraram um cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) correndo, que observa curioso a câmera de monitoramento e, no instante seguinte, a marca com jato de urina.
Em outro ponto de monitoramento, uma cena rara registra três iraras juntas. Diferentes câmeras capturaram imagens de tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) com filhote de idades que variaram de semanas a alguns meses, demostrando que a espécie está garantindo sua reprodução na área de estudo.
A mamãe tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) estava caminhando com os seus quatro filhotes gêmeos, que a seguiam de perto. A mamãe gambá (Didelphis sp.) também foi capturada nos vídeos, com seus seis bebês amontoados nas suas costas e se equilibrando para não cair.
“Registramos um veado catingueiro (Subulo gouazoubira) com uma das patas dianteiras machucada e, como há registros de diferentes dias do indivíduo, sabemos que está sobrevivendo, apesar da injúria. Esse tipo de registro pode trazer luz às ameaças que os animais sofrem ali na região. Talvez esse machucado possa ser fruto de uma colisão veicular, por exemplo”, complementa Bertassoni.
Com toda sua beleza, o gavião-preto (Buteogallus urubitinga) também apareceu para dar o ar da sua graça. E essa é a primeira vez que o Projeto Bandeiras no Corredor registra a espécie nas câmeras. Outro registro novo foi o tatu-de-rabo-mole (Cabassous sp) que estava cavando sua toca perto da câmera.
O monitoramento da fauna na região abre diversas possibilidades de investigação cientifíca, aumentando o conhecimento sobre as espécies e entendendo melhor sua ecologia e comportamento. Esse é o primeiro projeto a monitorar a fauna nesta região tão importante, que abarca os dois diferentes biomas goianos.
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