Aprovação despenca para 7%, refletindo insatisfação com recente pacote fiscal.

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4), apontou um aumento significativo na reprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva entre profissionais do mercado financeiro, como gestores, analistas, economistas e traders de fundos de investimento. O índice de desaprovação, que era de 64% em março, subiu para 90%, retornando aos níveis registrados no início do mandato, quando 90% dos entrevistados já tinham uma percepção negativa.

Realizado entre 29 de novembro e 3 de dezembro, o levantamento incluiu 105 entrevistas com profissionais de fundos sediados em São Paulo e Rio de Janeiro. A queda na avaliação regular do governo foi notável, passando de 30% em março para apenas 7%, enquanto a aprovação caiu de 6% para 3%. A pesquisa capturou, entre outros fatores, a repercussão negativa do mercado ao recente pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo.

Percepção política e expectativas para 2026
Além da avaliação do Executivo, o Congresso também registrou um aumento na reprovação entre os entrevistados, que subiu de 17% em novembro de 2022 para 41% atualmente. Quando questionados sobre as possíveis lideranças nas casas legislativas, 65% acreditam que uma eventual presidência de Davi Alcolumbre no Senado significaria maior oposição ao governo Lula. Na Câmara, 63% veem Hugo Motta como um aliado mais próximo ao Planalto em comparação ao atual presidente Arthur Lira.

Para as eleições de 2026, 70% dos profissionais acreditam que Lula tentará a reeleição, mas 66% não o consideram favorito. Com Jair Bolsonaro inelegível, a maioria (78%) vê o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como o principal nome da direita na disputa presidencial. Caso Lula não seja candidato, 82% apontam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como o provável nome da esquerda.

Confiança no governo e lideranças políticas
A confiança no presidente Lula entre os entrevistados é baixa: 97% afirmaram não confiar ou confiar pouco nele, índice equivalente ao do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em contraste, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central até o fim deste mês, é o mais bem avaliado, com 70% de confiança. Já Gabriel Galípolo, que assumirá o BC em janeiro, enfrenta um cenário de desconfiança inicial, com 55% afirmando confiar pouco ou nada nele.

Os dados reforçam o distanciamento entre o mercado financeiro e o governo, evidenciado tanto pelas percepções de desempenho quanto pelas expectativas em relação às próximas lideranças políticas.