LEONARDO VIECELI E EDUARDO CUCOLO

RIO DE JANEIRO, RJ E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O consumo das famílias avançou 1,5% no terceiro trimestre deste ano, em relação aos três meses imediatamente anteriores, apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta terça (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o melhor resultado para esse período do ano desde 2021, quando houve expansão na mesma intensidade.

Segundo o IBGE, o consumo das famílias e os investimentos mantiveram o ritmo de crescimento em relação ao trimestre anterior, mostrando que a demanda interna continua forte. Houve piora, no entanto, nos dados do setor externo, com queda nas exportações e aumento nas importações, o que tirou força do PIB na comparação com o segundo trimestre.

“O setor externo é que está puxando o PIB para baixo, não é a demanda interna”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

O consumo é considerado o motor da atividade econômica pela ótica da demanda -ou seja, dos gastos com bens e serviços. Responde por cerca de 60% do PIB.

Nesta terça-feira (3), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o PIB do Brasil cresceu 0,9% no terceiro trimestre deste ano, em relação aos três meses anteriores.

Ao longo deste ano, o consumo teve impulso dos ganhos de renda com o mercado de trabalho aquecido e as transferências governamentais, segundo analistas. A alta da taxa de juros, por outro lado, surge como um desafio para os próximos meses.

Em relação ao mesmo trimestre de 2023, o consumo das famílias cresceu 5,5%, 14º trimestre consecutivo. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pelos programas governamentais e melhora no mercado de trabalho, segundo o IBGE.

O IBGE também informou que os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo, tiveram alta de 2,1% no terceiro trimestre, em relação ao segundo. Aportes em máquinas, equipamentos e construção fazem parte desse componente.

O investimento apresentou alta de 10,8% no terceiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Segundo o IBGE, a magnitude do resultado é justificada pela elevação na importação de bens de capital, na produção interna de bens de capital, no desenvolvimento de software e na construção.

A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2024 foi de 17,6%, o que representa um crescimento em relação àquela observada no mesmo período do ano anterior (16,4%).

O consumo do governo cresceu 0,8% no terceiro trimestre, ante o segundo.

Pelo lado da demanda, o PIB contempla ainda as exportações e as importações. As exportações caíram 0,6%, enquanto as importações tiveram alta de 1%.