Nesta quarta-feira (27/11), a Operação Comorbidade, conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), levou à prisão do secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, além de outros dois gestores da pasta. A ação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial do Patrimônio Público (GAEPP), investiga irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), incluindo pagamentos indevidos e associação criminosa.
Ação Integrada
A operação foi resultado de um trabalho conjunto entre áreas do MPGO voltadas à Saúde, Patrimônio Público e Terceiro Setor. “O objetivo é assegurar o direito à saúde e proteger o patrimônio público”, afirmou o subprocurador-geral Marcelo André de Azevedo.
Com apoio da Polícia Militar, foram cumpridos três mandados de prisão e oito de busca e apreensão. Além disso, a Justiça determinou o afastamento imediato dos três servidores públicos envolvidos.
Foco da Investigação
A operação investiga pagamentos irregulares no convênio entre a Prefeitura de Goiânia e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável por gerenciar três maternidades municipais: Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara. Denúncias de má gestão e atraso na transferência de pacientes para hospitais motivaram a apuração inicial.
De acordo com a promotora Marlene Nunes, elementos coletados em vistorias realizadas em maio revelaram indícios de irregularidades graves, como pagamentos direcionados a credores específicos, realizados fora do sistema oficial de contabilidade.
Impactos e Próximos Passos
A SMS recebia, mensalmente, cerca de R$ 50 milhões do Ministério da Saúde. No entanto, quando a Justiça ordenou o bloqueio de R$ 6 milhões, não havia saldo disponível, indicando possíveis desvios.
A análise do material apreendido nesta operação será a próxima etapa da investigação, que segue em sigilo. Estão sendo apurados crimes como concessão de vantagens ilícitas em contratos, violação da ordem de pagamentos e associação criminosa, com possibilidade de novas acusações surgirem.
Declarações do MPGO
O coordenador do GAEPP, Rafael Correa Costa, destacou que os indícios apontam para a ingerência da SMS na gestão da Fundahc e suspeitas de favorecimento de fornecedores. “Nosso objetivo é aprofundar as investigações para identificar se houve pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos”, afirmou.
O MPGO também reforçou seu compromisso com a regularização dos serviços de saúde em Goiânia, considerados precários. “Além de punir os responsáveis, buscamos assegurar a assistência adequada à população”, garantiu o promotor André Lobo Alcântara Neves.
A Operação Comorbidade, ainda em curso, reflete a atuação institucional voltada não apenas para a responsabilização de atos ilícitos, mas também para a melhoria dos serviços públicos essenciais.