A Polícia Federal (PF), em parceria com a Receita Federal, realizou uma operação para combater o comércio ilegal de produtos eletrônicos em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Amazonas. Influenciadores digitais estão entre os principais alvos, acusados de ensinar seguidores a importar produtos de forma clandestina. A ação resultou na apreensão de veículos de luxo, equipamentos eletrônicos e aproximadamente R$ 120 mil em espécie.
Os investigados enfrentam acusações de descaminho, organização criminosa, evasão de divisas, incitação ao crime e lavagem de dinheiro. A operação, realizada nesta quinta-feira (28/11), é uma continuação da Operação Mobile, iniciada em abril, que já havia identificado e detido transportadores flagrados com mercadorias, principalmente eletrônicos, sem o pagamento de tributos.
Detalhes da Operação
Foram cumpridos 76 mandados de busca, apreensão e sequestro de bens, revelando a atuação de uma organização criminosa estruturada para importar, transportar, armazenar e comercializar produtos eletrônicos vindos do Paraguai. As atividades ilícitas ocorreram em cidades como Goiânia, Anápolis, Palmas (TO), Manaus (AM) e Confresa (MT).
As fases anteriores da operação já somavam apreensões de mercadorias avaliadas em R$ 10 milhões. Segundo a Receita Federal, os cofres públicos sofrem um prejuízo anual estimado em R$ 80 milhões devido à sonegação de impostos.
Modus Operandi dos Investigados
Os influenciadores investigados, que também atuavam como coaches e se apresentavam como “especialistas” em importação, promoviam cursos que ensinavam métodos para driblar a fiscalização e realizar importações clandestinas. Além disso, orientavam seus seguidores sobre como evitar a detecção por autoridades.
Nas redes sociais, esses influenciadores exibiam um estilo de vida luxuoso, com viagens internacionais e carros importados, financiados pelos lucros de suas atividades ilegais. As investigações apontam que o grupo movimentava grandes quantias, utilizando inclusive criptomoedas para ocultar a origem dos recursos e lavar o dinheiro obtido com os crimes.
A operação segue em andamento, com a PF e a Receita Federal ampliando as investigações para identificar outros envolvidos e recuperar os valores sonegados.