O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) prendeu nesta quarta-feira (27/11) o secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, em uma operação que investiga pagamentos irregulares em contratos administrativos e associação criminosa na Secretaria Municipal de Saúde. Além dele, foram presos temporariamente o secretário-executivo Quesede Henrique e o diretor financeiro Bruno Viana.

Medidas cautelares e suspeitas de irregularidades
Os três agentes públicos também foram afastados de suas funções por decisão do 1º Juízo de Garantias da Capital, que atendeu ao pedido do MPGO. A operação, realizada com apoio da Polícia Militar, cumpriu mandados na sede da Secretaria Municipal de Saúde, nas residências dos investigados e na casa de um empresário ligado à pasta. Durante as buscas, foram encontrados R$ 20.085,00 em dinheiro em posse de um dos alvos.

A investigação aponta que os suspeitos se associaram para cometer crimes como concessão de vantagens indevidas em contratos, resultando em prejuízos significativos à administração pública. Também foi constatado o descumprimento da ordem cronológica de pagamentos.

Impactos no atendimento à população
De acordo com o MPGO, o esquema criminoso agravou a crise na rede pública de saúde de Goiânia. Verbas públicas destinadas a entidades do terceiro setor, como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), não foram repassadas, gerando um passivo de R$ 121,8 milhões e comprometendo o funcionamento regular de hospitais e maternidades.

A crise resultou em problemas como falta de insumos básicos, redução no acesso a leitos hospitalares, interrupção de serviços essenciais e descumprimento de decisões judiciais. Essas falhas contribuíram para a violação dos direitos fundamentais à vida e à saúde, impactando diretamente a população dependente do SUS.

GAEPP lidera investigações contra irregularidades no setor público
A operação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial do Patrimônio Público (GAEPP), criado em agosto de 2023 para investigar casos complexos de corrupção e prejuízo ao erário. O grupo é formado por promotores de Justiça especializados, com suporte técnico do MPGO.

Além de investigar crimes e ajuizar ações, o GAEPP busca soluções ágeis para recuperar recursos públicos, priorizando a resolução extrajudicial e o fortalecimento da transparência na administração pública. Sua criação atende a recomendações do Conselho Nacional do Ministério Público e reforça o combate à corrupção em Goiás.

A atuação do grupo nesta operação envolveu 11 promotores de Justiça, servidores do MPGO, um delegado de polícia e 28 policiais militares, evidenciando a gravidade do caso e a necessidade de medidas imediatas para proteger o patrimônio público.