SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, afirmou nesta terça-feira (26) que o país se opõe ao acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul em sua forma atual.
“A Polônia não aceita, e não estamos sozinhos, não aceitaremos nessa forma o acordo com os países da América do Sul, que é o grupo Mercosul, sobre livre comércio”, afirmou ele antes do início de uma reunião do governo.
O maior crítico do acordo é a França, que voltou a enfrentar protestos, na semana passada, de agricultores contrários ao acerto entre os blocos. O presidente do país, Emmanuel Macron, já afirmou diversas vezes a sua oposição.
Na semana passada, o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, alertou Bruxelas de que a assinatura do tratado de livre comércio poderia criar uma onda de confusão não apenas na França, mas por toda a Europa. O ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, foi o outro a se manifestar publicamente contra o texto.
Porém o acordo com o Mercosul reúne importantes defensores. À frente nas discussões, Alemanha, Espanha e Itália vislumbram um salto das próprias exportações com o tratado de livre comércio, que começou a ser desenhado em 1999. Para montadoras alemãs, por exemplo, funcionaria como válvula de escape para uma crise sem precedentes. Na Europa, as marcas convivem com defasagem tecnológica, guerra tarifária com a China e uma perspectiva de mais medidas protecionistas vindas dos EUA com a volta de Donald Trump ao poder.
O acordo criaria um mercado comum de 780 milhões de pessoas e um fluxo de comércio de até R$ 274 bilhões em produtos manufaturados e agrícolas. Os fazendeiros europeus, por outro lado, listam diversas preocupações, como a quota de carne a ser importada pelo bloco sob uma tarifa básica de 7,5%. Alegam que a competição seria desleal, pois a produção na América do Sul seria mais leniente em termos sanitários, ambientais e sociais.