SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Mirassol estará na elite do Campeonato Brasileiro em 2025, e o Leão tem um “presidente prefeito” que está na direção do clube há 30 anos.
Edson Antonio Ermenegildo se reelegeu prefeito de Mirassol nas últimas eleições e, recentemente, viu seu time do coração mudar de patamar.
O Mirassol ficou com 20% dos direitos econômicos de Luiz Araújo quando cedeu o atacante para o São Paulo, ainda na base. Esse percentual rendeu R$ 7,7 milhões na venda do atleta do Tricolor para o Lille, em 2017.
O Leão usou o dinheiro para apostar na base e em estrutura. O CT custou R$ 15 milhões e foi inaugurado em 2018, com equipamentos que custam até R$ 400 mil. A inspiração foi o Palmeiras, e a área tem quatro campos e 1,5 mil m².
O Mirassol cresceu nas categorias inferiores e a mescla com atletas mais experientes e um trabalho longevo na comissão técnica funcionou. Após bater na trave por um ponto em 2023, o time do interior paulista chegou à Série A, desafiando a lógica para uma cidade de apenas 63 mil moradores, com 2700 associados e uma média de público de cerca de 2 mil.
Mozart chegou em março de 2023 no Mirassol. O treinador de 44 anos teve rápida passagem pelo Cruzeiro em 2021 e agora atinge seu auge no Mirassol.
A fórmula para bater de frente com orçamentos maiores é a organização. O Mirassol tem salário em dia, gastos controlados e investimento em estrutura. A folha salarial é bem inferior a clubes como Santos, Sport, América-MG, Ceará, Coritiba, Avaí e Goiás nessa Série B.
A atuação no mercado da bola é criteriosa. O elenco tem alguns rostos conhecidos e jogadores promissores escolhidos por analistas e que conhecem a Série B. Os goleiros Alex Muralha e Vanderlei, o lateral Zeca, o meia Gabriel e os atacantes Dellatorre e Léo Gamalho são os mais “famosos”. Dellatorre foi um dos destaques, com 10 gols.
O grande desafio agora será enfrentar orçamentos ainda maiores em 2025 para continuar na Série A. Ao menos experiência não falta para o presidente prefeito de 30 anos no comando do Mirassol.