RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A taxa de desemprego atingiu o menor patamar da série histórica em dez estados no terceiro trimestre deste ano, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
São Paulo, a unidade da Federação mais populosa, faz parte da lista. A taxa de desemprego local renovou a mínima ao passar de 6,4% no segundo trimestre para 6% no terceiro.
Os números integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). A série começou em 2012.
Minas Gerais, o segundo estado mais populoso do Brasil, também renovou a mínima da pesquisa. A taxa de desocupação do estado passou de 5,3% no segundo trimestre para 5% no terceiro.
O IBGE considera que o indicador ficou relativamente estável, sem uma variação estatisticamente significativa, tanto em São Paulo quanto em Minas.
Mesmo assim, a dupla conseguiu atingir as mínimas da série e, por ter grandes populações, também ajudou a reduzir o desemprego na média nacional, conforme o instituto.
No Brasil, a taxa de desocupação recuou de 6,9% no segundo trimestre para 6,4% no terceiro. Um nível inferior ao mais recente só foi registrado nos três meses até dezembro de 2013 (6,3%).
Além de Minas (5%) e São Paulo (6%), os seguintes locais compõem a lista dos dez estados com taxa de desemprego na mínima histórica no terceiro trimestre: Rondônia (2,1%), Mato Grosso (2,3%), Espírito Santo (4,1%), Ceará (6,7%), Alagoas (7,7%), Paraíba (7,8%), Amapá (8,3%) e Sergipe (8,4%).
“Se a taxa de desocupação reduz nesses estados [mais populosos, como SP e MG], naturalmente vai influenciar muito mais a taxa nacional do que, por exemplo, o Acre, que é um estado muito pequeno”, afirmou William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE.
O desemprego também encolheu no Rio de Janeiro, o terceiro estado mais populoso do país, mas segue distante da mínima histórica local.
A taxa fluminense caiu de 9,6% no segundo trimestre deste ano para 8,5% no terceiro. O patamar mais recente é o menor desde o terceiro trimestre de 2015 (8,3%). A mínima no Rio ocorreu no quarto trimestre de 2014 (5,8%).
Isso mostra que, apesar da queda, o desemprego no estado ainda não voltou ao nível de antes da recessão que derrubou a atividade econômica do país em 2015 e 2016. À época, a economia do Rio também sofria impactos de questões como baixa de preços do petróleo e crises políticas.
Em entrevista a jornalistas, Kratochwill foi questionado pela reportagem sobre o quadro fluminense, mas indicou que seria preciso avaliar de maneira mais detalhada as condições do mercado de trabalho local.
“Os estados mais fortes dão até uma indicação do caminho que a economia pode tomar. Se São Paulo está evoluindo de alguma forma, pode se espalhar para o resto do pais”, afirmou o pesquisador.
“O dado nacional depende muito dos estados que são economicamente mais fortes”, completou.
Em linhas gerais, os números do IBGE reforçam a avaliação de que o mercado de trabalho está aquecido em diferentes regiões, avalia o economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA.
“Em 2024, há uma contribuição [para a queda do desemprego] bem disseminada entre setores da economia e estados”, diz.
Conforme o economista, as transferências de recursos do governo federal, incluindo benefícios sociais, favorecem o consumo, o que também ajudaria a movimentar o mercado de trabalho.
Imaizumi projeta taxa de desemprego de 5,8% para o Brasil no quarto trimestre. A previsão está abaixo da mínima histórica registrada até o momento (6,3%).
A taxa de desemprego representa a porcentagem de pessoas na força de trabalho que estão à procura de vagas. A força é composta pelos brasileiros de 14 anos ou mais que estão trabalhando (ocupados) ou que estão buscando emprego (desempregados).
Nesta sexta, o IBGE disse que a redução da taxa de desocupação do Brasil foi acompanhada por quedas consideradas significativas em sete estados na passagem do segundo para o terceiro trimestre.
São os casos de Bahia (de 11,1% para 9,7%), Rondônia (de 3,3% para 2,1%), Rio de Janeiro (de 9,6% para 8,5%), Mato Grosso (de 3,3% para 2,3%), Pernambuco (de 11,5% para 10,5%), Rio Grande do Sul (de 5,9% para 5,1%) e Santa Catarina (de 3,2% para 2,8%).
Nas outras 20 unidades da Federação, a taxa mostrou relativa estabilidade, conforme o IBGE. Ou seja, pelos critérios da pesquisa, o indicador não teve uma variação considerada significativa em termos estatísticos nesses locais.
Os menores índices de desemprego do país foram registrados em Rondônia (2,1%), Mato Grosso (2,3%) e Santa Catarina (2,8%).
Por outro lado, as maiores taxas foram verificadas em Pernambuco (10,5%) e Bahia (9,7%), mesmo com as reduções nesses estados. Distrito Federal (8,8%) e Rio Grande do Norte (8,8%) vieram na sequência.