RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Em seu plano estratégico anunciado nesta quinta-feira (21), a Petrobras incluiu como novidade o retorno ao setor de etanol, com previsão de investimentos de US$ 2,2 bilhões nos próximos cinco anos e planos de disputar a liderança do setor até 2050.

O plano de longo prazo mantém o foco no petróleo, ressaltou a presidente da companhia, Magda Chambriard, mas busca diversificar fontes de energia para manter a relevância com o declínio da demanda por combustíveis fósseis.

A estratégia, porém, mudou em relação ao plano anterior, aprovado na gestão Jean Paul Prates, com foco maior em biocombustíveis líquidos do que em geração de eletricidade por meio de usinas eólicas ou solares.

Magda disse que a aposta em combustíveis líquidos respeita “o DNA” da Petrobras, que já tem infraestrutura instalada para a produção e distribuição desses produtos. “Antes, a gente falava em elétron, agora falamos em molécula”.

O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim, disse que a empresa já vem conversando com possíveis parceiros para a compra de participação em uma empresa do setor. “A ideia é começar grande”, afirmou.

A Petrobras já teve ativos no setor, mas vendeu suas fatias nos últimos anos. Tolmasquim afirmou que a ideia é fechar parcerias o mais rápido possível.

A estratégia considera que a gasolina perderá espaço no mix de vendas de combustíveis automotivos na próxima década. Portanto, é natural para a empresa investir no principal concorrente, evitando perda de mercado.

A Petrobras prevê manter sua participação de 31% sobre o fornecimento de energia ao Brasil em 2050. Naquele ano, entre 8% e 10% da faria da empresa virá de energias renováveis, segundo o planejamento estratégico.

O novo plano de investimentos da companhia anunciado na quinta prevê um orçamento de US$ 111 bilhões (R$ 640 bilhões), contra US$ 102 bilhões (R$ 580 bilhões) da versão anterior, aprovada em 2023.

A área de exploração e produção terá um orçamento de US$ 77 bilhões (R$ 440 bilhões), com a inclusão de novos projetos de revitalização de campos antigos e US$ 7,9 bilhões (R$ 45 bilhões) destinados à busca por novas reservas.

A expectativa é repor reservas para tentar manter uma produção média na casa dos 3,2 milhões de barris de petróleo e gás por dia na próxima década, quando os campos gigantes do pré-sal começam a entrar em declínio.

Na área de refino, o investimento proposto na versão preliminar do plano sobe de US$ 17 bilhões (R$ 97 bilhões) para US$ 20 bilhões (R$ 114 bilhões), com o avanço de obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e no Complexo Boaventura, antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).