RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A redução da taxa de desemprego do Brasil foi acompanhada por quedas consideradas significativas do indicador em sete estados na passagem do segundo para o terceiro trimestre, apontou nesta sexta (22) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
São os casos de Bahia (de 11,1% para 9,7%), Rondônia (de 3,3% para 2,1%), Rio de Janeiro (de 9,6% para 8,5%), Mato Grosso (de 3,3% para 2,3%), Pernambuco (de 11,5% para 10,5%), Rio Grande do Sul (de 5,9% para 5,1%) e Santa Catarina (de 3,2% para 2,8%).
Nas outras 20 unidades da Federação, a taxa mostrou relativa estabilidade, conforme o IBGE. Ou seja, pelos critérios da pesquisa, o indicador não teve uma variação considerada significativa em termos estatísticos, ficando dentro da margem de erro em cada um desses locais.
É o caso, por exemplo, de São Paulo, onde o indicador passou de 6,4% para 6%. A taxa de 6% é a menor da série histórica no estado. Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012.
No terceiro trimestre, os menores índices de desemprego do país foram registrados em Rondônia (2,1%), Mato Grosso (2,3%) e Santa Catarina (2,8%).
William Kratochwill, analista do IBGE responsável pela apresentação dos dados, destacou que a estrutura do mercado de trabalho é diferente em cada estado e que não há somente um fator para explicar todos os resultados.
Nesse sentido, o pesquisador indicou que estados como Rondônia têm uma influência maior do emprego na administração pública, enquanto Santa Catarina possui grande impacto da indústria. Mato Grosso, por sua vez, é conhecido pela tradição no agronegócio.
“Rondônia tem uma população pequena […]. Essas variações vão tender a ser mais representativas [no estado], vão aparecer um pouco mais”, disse Kratochwill.
Por outro lado, as maiores taxas de desocupação foram verificadas em Pernambuco (10,5%) e Bahia (9,7%), mesmo com as reduções no terceiro trimestre. Distrito Federal (8,8%) e Rio Grande do Norte (8,8%) vieram na sequência dos locais com maiores índices.
Na média nacional, a desocupação recuou a 6,4% no período de julho a setembro, após marcar 6,9% nos três meses anteriores. O resultado do país já havia sido divulgado pelo IBGE em 31 de outubro, e os dados estaduais foram detalhados nesta sexta.
A taxa de 6,4%, registrada no Brasil, é a menor para o terceiro trimestre na série histórica da Pnad. A pesquisa abrange tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal.
Quando a análise considera os diferentes trimestres da série, uma taxa menor do que 6,4% só foi registrada nos três meses até dezembro de 2013: 6,3%.
“Essa redução [da taxa] pode ser atribuída à chegada do segundo semestre do ano, período em que as indústrias iniciam o ciclo de contratações voltado a produção e formação de estoques, visando a atender ao aumento do consumo no final do ano. No último trimestre, a ocupação na indústria registrou um acréscimo de mais de 400 mil vagas”, afirmou Kratochwill.
De acordo com analistas, a economia mais aquecida do que as previsões indicavam neste ano também ajuda a entender os resultados positivos do mercado de trabalho.
Há quem projete taxa de desocupação abaixo da mínima histórica de 6,3% até o fim de 2024, já que o período de final de ano costuma estimular a geração de empregos em atividades da indústria e do comércio.
Analistas mencionam que o desempenho do mercado de trabalho no Brasil tende a favorecer o consumo de bens e serviços, o que é positivo para o crescimento econômico.
A demanda em alta de maneira contínua, por outro lado, desafia a trégua da inflação, já que pode pressionar os preços.
Nesta sexta, o IBGE também indicou que o rendimento médio do trabalho ficou relativamente estável em 26 unidades da Federação na passagem do segundo para o terceiro trimestre.
O único local com variação significativa em termos estatísticos foi a Bahia. No estado nordestino, a renda média recuou 5,8% (de R$ 2.217 para R$ 2.087), apontou o instituto.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, seis estados mostraram alta no rendimento do trabalho. São os casos de Espírito Santo, Sergipe, Maranhão, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. As demais unidades da Federação tiveram estabilidade nessa comparação.
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DESEMPREGO NO 3º TRIMESTRE, EM %
Rondônia – 2,1
Mato Grosso – 2,3
Santa Catarina – 2,8
Mato Grosso do Sul – 3,4
Paraná – 4
Espírito Santo – 4,1
Tocantins – 5
Minas Gerais – 5
Rio Grande do Sul – 5,1
Goiás – 5,1
São Paulo – 6
Roraima – 6,2
Ceará – 6,7
Pará – 6,9
Acre – 7,4
Maranhão – 7,6
Alagoas – 7,7
Paraíba – 7,8
Piauí – 8
Amazonas – 8,1
Amapá – 8,3
Sergipe – 8,4
Rio de Janeiro – 8,5
Rio Grande do Norte – 8,8
Distrito Federal – 8,8
Bahia – 9,7
Pernambuco – 10,5
Fonte: IBGE