Com o cumprimento de todas as exigências do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Goiás passou a ser zona livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação há quase dois anos. A última campanha de imunização do rebanho ocorreu em novembro de 2022 e, desde então, o pecuarista goiano não precisa mais vacinar o gado contra a doença.

A medida faz parte do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE/PNEFA) e a suspensão ocorreu após uma série de ações sanitárias realizadas pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), produtores e demais entidades do segmento, com orientação do Mapa.

Desde o início de 2023, o trabalho desenvolvido em Goiás tem sido de vigilância para manter o status de livre da doença sem vacinação e para fortalecer a pecuária goiana e nacional.

“As exigências e orientações do PNEFA foram atendidas, resultando na retirada da imunização há quase dois anos. Mostramos mais uma vez a competência de Goiás, por meio da Agrodefesa, para manter a sanidade animal e a defesa agropecuária no Estado. Com esse status e o foco maior no monitoramento, buscamos agora projetar cada vez mais Goiás no mercado internacional”, afirma o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.

Zona livre de febre aftosa

Em maio deste ano, os últimos estados que ainda vacinavam o rebanho contra a febre aftosa também encerraram o trabalho de imunização e assim o Brasil se tornou totalmente livre da doença sem vacinação.

De acordo com dados do Ministério, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixaram de ser vacinados contra a doença, o que equivale a uma redução direta de custo de mais de R$ 500 milhões.

Com o fim da imunização em todo o País, o Mapa pôde buscar o reconhecimento internacional do status sanitário de livre de febre aftosa sem vacinação para todo o território brasileiro junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Uma das medidas é a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses.

A expectativa é que se aprovado o pedido, o resultado seja apresentado em maio de 2025, durante assembleia geral da entidade. “Para Goiás e o Brasil é de extrema importância esse reconhecimento, porque é uma forma de ampliar mercado fora do País, especialmente junto aos países mais exigentes em relação à qualidade dos produtos de origem animal”, acrescenta José Ricardo.

Calendário oficial

Com mais de 23,7 milhões de cabeças de gado, Goiás possui o terceiro maior rebanho bovino do país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para assegurar a sanidade dos animais e fortalecer a pecuária goiana, outras vacinas fazem parte do calendário oficial no Estado, como de brucelose e de raiva em herbívoros.

“Ao contrário da febre aftosa, que não tem mais imunização em Goiás, outras doenças ainda demandam atenção do pecuarista para vacinação e, por consequência, garantia da saúde do rebanho e da qualidade do alimento produzido no Estado”, defende o diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Rafael Vieira.

Um dos exemplos é a imunização contra a raiva de herbívoros, que teve início no dia 1º de novembro e se estende até 15 de dezembro, em 119 municípios considerados de alto risco para a doença no Estado. Neste prazo, o pecuarista deve imunizar os bovinos e bubalinos até 12 meses e os equídeos (equino, muar, asinino), caprinos e ovinos até seis meses.

Além da vacinação, é necessário comprovar a imunização antirrábica até 31 de dezembro, por meio do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago).

Em relação à brucelose, a principal medida preventiva é por meio da vacinação – medida obrigatória. Devem ser imunizadas fêmeas bovinas e bubalinas, de três a oito meses de idade, com a vacina B-19. Após este período, a vacinação deve ser feita com a vacina RB-51. A imunização do rebanho deve ser realizada sob a responsabilidade técnica de médico veterinário cadastrado na Agrodefesa.

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