SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após um empolgante primeiro tempo, o Brasil voltou a exibir suas falhas defensivas, desperdiçou várias chances de gols e cedeu o empate para a Venezuela por 1 a 1 nesta quinta-feira (14) no estádio Monumental de Maturín. A partida abriu a 11ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo.

O time do técnico Dorival Junior saiu na frente com gol de Raphinha, em cobrança de falta, o que tem sido raro nas partidas da seleção. No entanto, a seleção pagou caro pela falhas ofensivas e com a improdutividade dos seus laterais.

Para piorar, Vinicius Junior foi infeliz na cobrança do pênalti que poderia garantir os três pontos fora de casa.

Com o resultado, o Brasil contabiliza 17 pontos na terceira colocação, mas poderá ser superado pelo Uruguai e segue distante da líder Argentina. Os uruguaios, com 16 pontos e um jogo a menos, recebem a Colômbia nesta sexta (15) no estádio Centenario, em Montevidéu. Já a Venezuela, com 12 pontos, continua distante da zona de classificação para o Mundial.

Após a partida, Dorival estava frustrado com o resultado. “Acho que nós tivemos um erro que foi fatal, que foi justamente o momento do gol que nós tomamos”, disse.

“Para mim, o resultado deixou um pouco a desejar pelo volume que nós colocamos ao longo dos 90 minutos. Tivemos um pequeno erro logo na virada do tempo que nos custou muito caro”, prosseguiu o treinador.

O resultado é um balde de água fria para torcida brasileira, que sofre com os tropeços da seleção e saudade de atuações convincentes. Foi a primeira vez que a seleção empatou com o time vinotinto em território venezuelano. Antes, o Brasil havia levado a melhor nos dez jogos sob mando de campo da Venezuela.

Após vencer Chile e Peru, as duas últimas colocadas na tabela de classificação das Eliminatórias, o Brasil não soube aproveitar a fragilidade da Venezuela para pavimentar a sua reação sob o comando de Dorival.

Na história, as duas seleções se enfrentaram 30 vezes, e a equipe verde-amarela detém 24 vitórias, cinco empates e perdeu apenas uma partida —em um amistoso realizado em junho de 2008 nos Estados Unidos.

A superioridade da formação brasileira ficou nítida no começo do jogo, sobretudo com a inspiração do trio Gerson, Raphinha e Vinicius Junior.

Por outro lado, falhas como a do volante Bruno Guimarães e a de Ederson, que errou um passe na área e deu a bola praticamente nos pés de Martínez, mostraram a instabilidade da equipe.

Com rápida movimentação pelas laterais do campo, Vinicius Junior e Raphinha conduziram a pressão sobre a equipa da casa e quase abriram o placar com oito minutos de bola rolando. O craque do Real Madrid carimbou a trave aos 21, após emendar de primeira um toque por elevação de Savinho.

Coube a Raphinha inaugurar o placar em uma cobrança de falta, aos 42 minutos. Com a camisa 10, o jogador do Barcelona chutou, com a perna esquerda, no canto direito do goleiro Romo, e a bola tocou na trave antes de entrar.

O Brasil não marcava um gol de falta pelas Eliminatórias desde outubro de 2005, há 19 anos. No dia 12 daquele ano, Roberto Carlos foi quem balançou a rede contra a própria Venezuela.

A paz de Dorival Junior começou a ruir no primeiro minuto do segundo tempo. Segovia, que entrou após o intervalo, empatou com chute de fora da área aos 40 segundos depois de uma assistência de Savarino —a dupla venezuelana atua pelo Botafogo, inclusive. Tanto Segovia quanto Savarino estavam livres de marcação.

A Venezuela cresceu na partida e contou com vacilos do sistema defensivo brasileiro para ameaçar a meta de Ederson.

Vinicius Junior desperdiçou uma cobrança de pênalti ao chutar fraco e no meio do gol. E, no rebote do goleiro Romo, chutou para fora de forma atabalhoada.

Dorival tentou a reação e mandou a campo Luiz Henrique e Paquetá. Depois, o técnico chamou Gabriel Martinelli e Estêvão. A equipe verde-amarela terminou com cinco atacantes em campo, mas não conseguiu ser envolvente como havia sido no primeiro tempo e ainda viu Ederson evitar um gol de Savarino com uma difícil defesa.

A seleção volta a campo pelas Eliminatórias na terça (19) contra o Uruguai, às 21h45, na Arena Fonte Nova, em Salvador. No confronto válido pelo primeiro turno, os uruguaios venceram por 2 a 0 em Montevidéu, em outubro do ano passado.

VENEZUELA

Romo, Aramburu, Rubén Ramírez, Wilker Ángel e Miguel Navarro; Yangel Herrera (Cásseres), José Martínez (Rincón), Savarino, Jhon Murillo (Segovia) e Eduard Bello (Alexander González); Rondón (Cádiz). Técnico: Fernando Batista (suspenso) / Leandro Cufré.

BRASIL

Ederson, Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner (Estêvão); Bruno Guimarães (Martinelli), Gerson e Raphinha; Savinho (Luiz Henrique), Vini Jr. e Igor Jesus (Paquetá). Técnico: Dorival Júnior.

Estádio: Monumental, em Maturín (VEN)

Árbitro: Andrés Rojas (COL)

Assistentes: David Fuentes e Miguel Roldán (COL)

Cartões amarelos: Murillo, Cásseres e Romo (VEN); Vanderson (BRA)

Cartão vermelho: González (VEN)

Gols: Raphinha (BRA), aos 42’/1ºT; Segovia (VEN), aos 1’/2ºT