Conheça a história de Mauricinho Hippie, um dos fundadores da Feira Hippie em Goiânia
Maurício Vicente de Oliveira, popularmente conhecido como Mauricinho Hippie, foi uma figura marcante em Goiânia entre as décadas de 1960 e 1990. Ele faleceu aos 84 anos no domingo, 10, deixando um legado de criatividade e liberdade que ecoa na memória da cidade. Mauricinho era conhecido por suas roupas excêntricas, sua bicicleta e até seus animais pintados, características que o transformaram em uma personalidade inesquecível para muitos.

Mineiro de Araguari, ele se mudou para Goiânia aos 9 anos. Talentoso e multifacetado, foi um dos primeiros hippies da capital goiana, dedicando-se à arte, à música e ao artesanato. Ele também foi ativista em defesa dos direitos dos homossexuais, em um período conservador. Mauricinho tocava diversos instrumentos, incluindo acordeom e piano, habilidades desenvolvidas desde jovem na Academia Mascarenhas e no Conservatório da UFG, onde também estudou artes.

Mauricinho causava impacto sempre que aparecia em público. A contracultura das décadas de 1960 e 1970 inspirava seus gestos e estilo, e quem o via nas ruas descrevia-o como uma obra de arte ambulante. Mesmo com o acidente em 1995, que o forçou a se afastar das aparições públicas, sua presença continua viva nas lembranças de quem o conheceu.

A história de Mauricinho é também a da Feira Hippie, que começou com um pequeno grupo de jovens hippies vendendo suas criações no Mutirama. Hoje, ela é considerada a maior feira ao ar livre da América Latina, realizada na Praça do Trabalhador. Mauricinho participou ativamente dessa história até a feira mudar seu foco.

Em 2023, o Museu de Arte de Goiânia (MAG) celebrou sua memória com a exposição “Mauricinho Hippie – Entre arte e vida, ser ou não ser”, disponível online, preservando o legado de um dos ícones culturais de Goiânia.