SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Atlético Mineiro está de volta à final da Libertadores 11 anos após conquistar o título na primeira e até então única vez que havia avançado à decisão do torneio. Nesta terça-feira (29), em Buenos Aires, o time mineiro controlou o ímpeto do River Plate e fez prevalecer a vantagem que construiu no confronto de ida, quando venceu por 3 a 0. No Monumental de Nuñez, houve um empate sem gols.
Além de tirar a diferença do placar, o time da Argentina ainda teria que quebrar uma longa invencibilidade do Atlético diante de equipes argentinas. A última vez em que um clube do país vizinho conseguiu vencer os mineiros na Libertadores foi justamente em 2013, quando o Newell’s Old Boys fez 2 a 0 na Argentina no jogo de ida da semifinal. Na volta, o time brasileiro devolveu o placar e avançou à decisão nos pênaltis.
De lá para cá, foram 14 jogos, com nove vitórias atleticanas e cinco empates, com 76% de aproveitamento no principal torneio do continental sul-americano depois de virar sobre o Newell’s, o time brasileiro venceu o Olimpia, do Paraguai, na final daquele ano.
Desta vez, o Atlético Mineiro tem tudo para encarar o rival caseiro na decisão, já que o Botafogo venceu a partida de ida contra o Peñarol por 5 a 0. Nesta quarta-feira (30), o time da estrela solitária pode até perder por quatro gols de diferença em Montevidéu, no Uruguai, que mesmo assim vai se classificar para a final.
A final deste ano está marcada para o dia 30 de novembro e será disputada justamente no palco em que o Atlético jogou nesta terça, o Estádio Monumental de Nuñez, na capital da Argentina.
Mesmo sem equipes do país na disputa pelo título, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e as autoridades locais deverão reforçar o esquema de segurança no país para evitar os problemas que o time mineiro teve antes de encarar o River.
O ônibus com a delegação do Atlético sofreu um atraso durante seu deslocamento em direção ao estádio por falta de segurança. De acordo com o presidente do time, Sérgio Coelho, a polícia não garantiu que os atletas e a comissão técnica chegariam em segurança no local do duelo.
Após uma discussão do dirigente com os membros das forças de segurança, a equipe mineira conseguiu retomar a viagem e chegou ao estádio às 20h11 (de Brasília), menos de 1h30 antes do início do confronto. Por causa da situação, a partida teve seu início atrasado em 15 minutos e foi remarcada pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para 21h45.
“Aquele policial disse que não tem segurança para ir para o estádio. Quero que ele assuma publicamente que não tem segurança que nós não vamos para o jogo. Simples assim”, afirmou Sérgio Coelho à ESPN Brasil, ainda na porta do hotel onde a delegação estava hospedada.
De acordo com pessoas que estavam no ônibus da delegação, a polícia informou que havia um conflito de torcidas no entorno do estádio e isso dificultava a garantia de segurança.
Mais cedo, um ônibus que levava torcedores do Atlético para o estádio foi atacado por torcedores do River Plate. Imagens que circulam nas redes sociais mostram que o veículo teve janelas quebradas por pedras.
De acordo com o jornal Clarín, três homens foram presos. A partir dessa situação, a Polícia Municipal teve que reforçar a operação montada para a chegada do restante dos torcedores mineiros.
FICHA TÉCNICA
RIVER PLATE 0x0 ATLÉTICO-MG
RIVER PLATE
Armani; Bustos, Pezzella, Paulo Díaz e Acuña; Simón (Echeverri), Kranevitter (Villagra) e Meza; Solari (Mastantuono), Borja (Bareiro) e Colidio (Pitty Martínez). Técnico: Marcelo Gallardo
ATLÉTICO-MG
Everson; Lyanco (Saravia), Battaglia e Junior Alonso; Scarpa, Fausto Vera, Alan Franco e Arana (Vargas); Paulinho (Otávio), Hulk e Deyverson (Rubens). Técnico: Gabriel Milito
Estádio: Monumental de Núñez, em Buenos Aires (ARG)
Juiz: Wilmar Roldan (COL)
Assistentes: John León (COL) e Richard Ortiz (COL)
VAR: Carlos Orbe (EQU)
Cartões amarelos: Lyanco, Everson (CAM)
Cartões vermelhos: não houve
Gols: não houve