O empresário Sandro Mabel (União Brasil) foi eleito prefeito de Goiânia neste domingo (27), após um segundo turno contra o ex-deputado Fred Rodrigues (PL). Com 93% das urnas contabilizadas, Mabel obteve 55,4% dos votos válidos, enquanto Fred ficou com 44,5%.

Essa disputa foi uma das mais acirradas em Goiânia desde a redemocratização, comparável a confrontos históricos como Nion x Bittencourt (1996), Iris x Pedro Wilson (2004) e Vanderlan x Maguito (2020). Durante a campanha, especialmente no segundo turno, as trocas de acusações se intensificaram. Fred tentou relembrar aos eleitores o mandado de busca da Polícia Federal contra Mabel, vinculado a uma investigação sobre fraudes no Ibama, além das doações de campanha da Odebrecht para seu adversário. Em resposta, Mabel acusou Fred de falsidade ideológica por ter assumido um cargo público sem ter o diploma de ensino superior e destacou a recente visita da PF ao deputado Gustavo Gayer, aliado de Fred, que enfrenta suspeitas de corrupção.

A operação da PF contra Gayer foi um dos desdobramentos mais significativos dessa eleição, colocando o grupo em uma situação complicada, mesmo sem Gayer ser candidato.

Padrinhos políticos

Esta eleição também evidenciou o distanciamento entre o governador Ronaldo Caiado, que apoiou Mabel, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que esteve ao lado de Caiado em 2018. Bolsonaro fez várias críticas a Caiado durante o pleito, insinuando que sua influência se limita a Goiás, em relação ao desejo do governador de concorrer à presidência em 2026. O governador, por sua vez, adotou uma postura mais conciliadora, embora tenha comentado que a eleição deste ano mostrou que a direita não é monopolizada.