SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O pugilista brasileiro Adilson “Maguila” Rodrigues, considerado o maior boxeador peso-pesado do Brasil, acumulou um cartel de 85 lutas, com 77 vitórias –61 por nocaute–, 7 derrotas e 1 luta sem vencedor.

Ele morreu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos, após sofrer nos últimos anos com um quadro de encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013.

Apesar do cartel com mais vitórias do que derrotas, as lutas mais lembradas do pugilista brasileiro foram dois nocautes sofridos contra lendas do esporte.

Em julho de 1989, quando ocupava a segunda posição no ranking dos pesados do CMB (Conselho Mundial de Boxe) e vindo de uma sequência de 18 vitórias, enfrentou o americano Evander Holyfield. No primeiro assalto equilibrado, o brasileiro mostrou boa movimentação e fez um combate bem equilibrado. Mas Maguila acabou nocauteado no segundo round, em em Nevada, nos Estados Unidos, após receber um potente soco de direita de Holyfield. O lutador sergipano caiu desacordado na lona.

Cerca de um ano depois, em junho de 1990, enfrentou George Foreman, já veterano então com 41 anos, na preliminar da luta entre Mike Tyson e Henry Tillman. Também foi nocauteado no segundo round, após uma sequência de golpes que terminou com um cruzado de esquerda de Foreman, em duelo realizado em Las Vegas.

As duas duras derrotas não resumem, porém, a carreira de Maguila. Ele foi campeão brasileiro, ao derrotar Waldemar Paulino, em 1983, e sul-americano, ao superar o argentino Juan Antonio Figueroa, em 1984. Em ambas, venceu por nocaute.

Aos 37 anos, chegou a sagrar-se campeão da WBF (federação mundial de boxe), ao derrotar o inglês Johnny Nelson por pontos, no Ginásio José Liberatti, em Osasco (SP).

Sua última luta foi em fevereiro de 2000, quando perdeu por nocaute no quarto round para o argentino Daniel Frank.