A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode causar complicações graves e até fatais, afetando órgãos vitais como o coração e o sistema nervoso. O Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade do Governo de Goiás gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas e reforça a importância da prevenção e da testagem regular.
A sífilis pode ser transmitida de mãe para filho durante a gestação, caracterizando a sífilis congênita, que representa sérios riscos à saúde do bebê. O acompanhamento pré-natal adequado é essencial para evitar complicações. Durante o pré-natal, exames de rotina, incluindo o teste de sífilis, são fundamentais para detectar a infecção precocemente e iniciar o tratamento, protegendo tanto a mãe quanto o bebê.
Entre janeiro e setembro de 2024, o HDT registrou 493 testes positivos para sífilis, um aumento em comparação aos 469 testes positivos no mesmo período de 2023. Ao longo de todo o ano de 2023, foram contabilizados 664 testes com resultado positivo.
Em nível nacional, em 2022, mais de 213 mil casos de sífilis adquirida foram notificados, além de 83 mil em gestantes e 26 mil de sífilis congênita. Em Goiás, entre 2020 e julho de 2024, ocorreram 34.990 casos de sífilis adquirida, 11.727 em gestantes e 1.936 de sífilis congênita, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
Sífilis – sintomas e diagnóstico
Segundo a médica infectologista do HDT Josela Palmeira Pacheco, os primeiros sinais da sífilis aparecem entre dez e 90 dias após o contato, geralmente como uma úlcera indolor conhecida como cancro duro.
“Essa úlcera apresenta características marcantes: é única, indolor, com base endurecida e fundo limpo, e pode passar despercebida, especialmente quando aparece em algumas áreas genitais de mais difícil visibilidade como o colo do útero”, explica.
A especialista alerta que, mesmo que a úlcera desapareça, a infecção persiste, podendo levar a complicações graves.
Caso a sífilis primária não seja tratada, surge a fase secundária da doença, manifestando-se por manchas no corpo, especialmente no tronco, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Essas lesões se diferenciam das alergias, e geralmente não causam coceira.
Cerca de 30% dos infectados podem chegar à fase terciária, a mais grave, que ocorre de dois a 40 anos após a infecção inicial, comprometendo órgãos vitais como o sistema nervoso central e o coração.
“Nessa etapa, há risco de inflamação e destruição de tecidos, comprometendo órgãos vitais como o sistema nervoso central e o coração. É uma fase da doença que requer atenção máxima”, enfatiza a especialista.
O diagnóstico da sífilis é simples, podendo ser feito por meio de exames de sangue ou testes rápidos. O tratamento é eficaz com o uso de antibióticos, especialmente importante para gestantes, a fim de evitar a transmissão ao bebê.
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