SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Após as Olimpíadas de Paris, o técnico José Roberto Guimarães se reuniu com a família para conversar sobre o futuro do Barueri Vôlei. Eles chegaram à conclusão de que o projeto teria de acabar caso continuasse dependendo dos recursos do próprio treinador. Eis que, então, dois patrocinadores importantes entraram em quadra para manter o sonho da equipe vivo.

Na terça-feira (15), o clube Paulistano e a marca Flor de Ypê anunciaram a parceria com o Barueri. Segundo Anna Carolina Guimarães, vice-presidente da equipe e filha de Zé Roberto, este é o marco mais importante na história do projeto responsável por formar tantas atletas.

“Nos oitos anos de existência, claro que a gente teve muita ajuda, mas realmente faltava algo a mais, principalmente para pagar salário de atleta. Isso tudo sempre saía do bolso da nossa família. Nós tivemos uma conversa pós-Olimpíadas que foi até um momento muito triste para mim. Falamos: ‘Não dá mais’. Se se a gente não conseguir um parceiro de longo prazo, não pode continuar. Apesar do meu pai falar sempre que ele precisa devolver tudo aquilo que o vôlei deu para ele e à nossa família, também não é justo ele não ter nada depois de ter trabalhado a vida inteira, não ter nada para se aposentar e aproveitar um pouquinho da vida”, contou Carol, emocionada.

“A gente tinha tomado essa decisão [de descontinuar o projeto], mas Deus foi muito grande com a gente. Agora temos não só um, como dois parceiros. Acho que dos oito anos, realmente esse é o dia que eu mais sonhava. E eu não podia sonhar em dobro ainda. Agora com resultado em dobro de duas super marcas: o Paulistano super tradicional, o qual meu pai já jogou, o meu tio é técnico aqui do vôlei paralímpico, e o Flor de Ypê, marca que está em 95% dos lares brasileiros. É motivo de muito orgulho”, acrescentou Carol.

O Barueri nasceu em 2016 e teve uma escalada rápida no esporte, mesmo com recursos limitados em relação a outros clubes que atuam na Superliga. A seleção feminina de vôlei, que conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris, contou com seis jogadoras formadas no projeto encabeçado por Zé Roberto Guimarães.

Apesar do sucesso, como o Barueri era bancado majoritariamente pela família Guimarães, a equipe não conseguia segurar as atletas que estavam despontando. Com a nova parceria, os dirigentes esperam manter as estrelas por mais tempo até estejam mais maduras para agarrarem novos desafios, mas destacam que a formação seguirá prioridade.

“Estamos perto dos grandes de novo e a gente pretende, claro, continuar mantendo o nosso DNA de trabalhar com a base, dar oportunidade para jovens atletas. Temos algumas sempre um pouquinho mais velhas, até para serem um espelho, é importante. Mas o nosso DNA é realmente de manter a base. Vamos continuar trabalhando agora com mais tranquilidade, mais força, podendo trazer mais atletas que a gente acredita para dentro”, destacou a vice-presidente do Barueri.

“O apoio da Ypê nos enche de esperança. É uma segurança que nos dá tranquilidade para planejar o futuro com mais confiança e fortalecer a estrutura para crescer e sonhar ainda mais alto. Estamos muito animados com o futuro”, disse Zé Roberto diretamente da Turquia.

A estreia do Flor de Ypê/Paulistano/Barueri será no sábado, às 18h, contra o Sesi Bauru, já na nova casa, o ginásio Antônio Prado Júnior, no Jardim América, em São Paulo. O Barueri vai mandar seus jogos no Paulistano por, pelo menos, três anos, segundo contrato firmado.