SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A velocidade com que Enel tem resolvido a falta de energia que atinge a região metropolitana de São Paulo desde às 19h30 de sexta (11) está em um ritmo menor do que o que a empresa teve durante o apagão de novembro do ano passado.

Na atual onda, foram 2,1 milhões de imóveis atingidos. No início da noite desta segunda (14), 72 horas depois, 340 mil ainda não tinham luz —o equivalente a 16%. Em 2023, foram 2 milhões de imóveis afetados na área da Enel, e depois de 72 horas, 100 mil ainda enfrentavam problemas, o que significa 5% do total.

Ou seja, a proporção de consumidores sem luz após três dias é o triplo da registrada no ano passado após o mesmo período.

Os dados deste ano são de atualizações diárias da própria Enel, enquanto os de 2023 foram enviados pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), autarquia ligada ao governo paulista.

No domingo (13), representantes da agência estadual e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica, ligada ao governo federal) afirmaram que velocidade com que a Enel tem restabelecido o serviço está abaixo do esperado.

Segundo eles, essa demora se deve à demora da companhia para chegar aos 2.500 agentes em campo para restabelecer o serviço, número previsto no plano de contingência apresentado pela empresa.

Nesta segunda, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o total de técnicos será de 2.900, contando com equipes da própria Enel e de outras concessionárias que fazem a distribuição de energia.

A comparação da retomada do serviço de energia elétrica é feita de acordo com a recuperação após o temporal de 3 de novembro de 2023. Até aquele dia havia sido registrada a rajada mais forte de vento na Grande São Paulo, com 103,7 km/h.

A marca foi superada pela tempestade desta sexta, que teve registro de 107,6 km/h na estação de Interlagos, na zona sul da capital paulista, segundo a Defesa Civil estadual. A série histórica vai até 1995.

No ano passado, a empresa resolveu os problemas de 60% dos afetados nas primeiras 24 horas após a chuva. Agora, levou o dobro do tempo para chegar no mesmo patamar.

Neste ano, segundo números informados pela companhia, dos 2,1 milhões com problemas, 750 mil tiveram o problema da falta de luz resolvido ao fim do primeiro dia após o temporal (35,7%). 48 horas depois, o número chegou a 1,34 milhão, o que representa 63%.

No domingo, o presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, afirmou que a empresa fará investimentos para aperfeiçoar os sistemas de previsão meteorológica. Tanto a companhia quanto as agências afirmaram que a magnitude do temporal e das rajadas de vento não era esperada, o que ampliou os danos e afetou a resposta.