SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um funcionário da concessionária Enel morreu no último sábado (12) atingido por uma árvore durante trabalhos para reestabelecimento de energia, após o apagão que deixou cerca de 2,1 milhões de pessoas sem luz na região metropolitana de São Paulo com o temporal da véspera.

No momento do acidente, o eletricista Esequiel Barbosa da Silva, 52, trabalhava na recuperação da rede de distribuição.

De acordo com a Enel, o caso ocorreu em Cajamar, na Grande São Paulo. Mas segundo dados do boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil, informados pela Secretaria da Segurança Pública, o acidente de trabalho foi na estrada de Perus, no bairro Parque Anhanguera, zona norte da capital paulista. As duas regiões ficam próximas.

De acordo com o documento policial, um supervisor da empresa compareceu na delegacia na noite de sábado e disse que por volta das 18h sua equipe estava trabalhando no interior do Parque Anhanguera, realizando a poda de uma árvore em decorrência das fortes chuvas, quando um dos funcionários teria sido atingido por um dos galhos da árvore, momento em que se desequilibrou e caiu.

A vítima foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Perus, onde morreu.

O caso foi registrado como morte suspeita no 33° Distrito Policial de Pirituba e encaminhado ao 46° DP (Perus).

Em nota, a Enel disse que está em contato com a família do colaborador para prestar todo o apoio necessário neste momento.

As chuvas de sexta já haviam provocado a morte de sete pessoas no estado de São Paulo, sendo que uma na zona sul de São Paulo –um homem também foi atingido por uma árvore.

O Sindicato dos Eletricitários divulgou uma nota de pesar pela morte de Esequiel e afirmou que seu velório será a partir das 6h30 desta terça-feira (15) e o enterro, às 10h30.

De acordo com o sindicato, ele fazia parte da base Paulo Freire, da Enel, na região da Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo.

A Enel é responsável pela distribuição de energia elétrica na capital e 24 municípios situados na região metropolitana de São Paulo, em uma área total de 4.526 km². A estrutura soma 163 subestações e 42 mil km de redes de transmissão, abastecendo cerca de 8,2 milhões de usuários diariamente.

No domingo, a empresa disse que o temporal registrado na sexta (11), que afetou o sistema de transmissão e deixou milhões de usuários sem luz, vai obrigar a empresa a fazer a “substituição de quilômetros de cabos, postes e outros equipamentos” na rede de baixa tensão -a mais atingida nesse incidente.

Moradores atingidos pelo apagão em São Paulo realizaram protestos nesta segunda-feira (14) na tentativa de chamar a atenção para a falta de energia.

O ministro de Minas e Energia do governo Lula (PT), Alexandre Silveira, afirmou que deu prazo de três dias para a Enel resolver o problema de falta de energia em São Paulo e voltou a apontar que a Prefeitura de São Paulo tem parte de culpa no apagão que atinge a capital desde o temporal de sexta-feira (11).

A companhia, junto com as equipes de outras distribuidoras, tem até a manhã de quinta-feira (17) para terminar os reparos e restabelecer totalmente o serviço. Se ainda houver problemas, deverá explicar os motivos ao ministério e à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

“Estamos ampliando para 2.900 profissionais e mais 200 caminhões para apoiar essas equipes, fora os caminhões da própria Enel”, disse Silveira.

De acordo com a empresa, equipes em campo receberam reforços do Rio de Janeiro e do Ceará.

A Enel ainda se comprometeu com o governo a contratar mais 700 eletricistas, passando de 1.800 para 2.500 o número de profissionais próprios em campo para tentar resolver o problema. Outras quatro concessionárias devem enviar reforços.