SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Funcionários da Enel tentavam em vão reestabelecer a energia no Jardim Celeste, na zona sul de São Paulo, na tarde deste sábado (12).

Com uma espécie de arpão, um funcionário mexia no transformador, mas sem êxito. O homem não quis conversar com a reportagem. Diversas ruas no bairro estavam sem luz, mas apenas um caminhão da empresa com dois funcionários foram vistos pela reportagem.

Moradores contaram que a luz acabou por volta das 20h de sexta-feira (11). Passadas 20 horas, o problema ainda não havia sido solucionado.

O bairro, nas proximidades do Zoológico, é formado exclusivamente por edifícios. Diante da falta de energia, moradores se aglomeravam em suas janelas com o objetivo de assistir os trabalhos dos agentes e torcer para que tudo desse certo o quanto antes.

Diversos galhos e arbustos estavam esparramados pelo chão. Um síndico culpou a falta de poda correta para o problema.

“Eu tenho oito protocolos no 156, todos como finalizados, mas sem que a poda tenha ocorrido”, disse Odmar Pires, 57, síndico do edifício Jacarandá.

Antes mesmo de a luz retornar, Pires já contabilizava prejuízo. Um dos galhos que caiu acertou em cheio a cerca elétrica de segurança do condomínio. A instalação, que tem cerca de um ano, custou R$ 8.000.

Na mesma rua, mas em outro edifício, o analista de sistema Ademir D’Oliveira, 73, e o aposentado Augusto Cruz, 72, conversavam sobre a falta de energia.

Cruz classificou como crime a situação. “Como ficam os danos e perdas com alimentos e remédios de pessoas que precisam ficam refrigerados. Seria digno que a população entrasse com perdas e danos”.

“Não dizem que privatizar é melhor maravilha do mundo? Antes, ficávamos de duas a três horas sem energia. Agora, deram uma primeira previsão para às 10h, depois, para às 17h”, disse D’Oliveira.

Sem bateria no celular, o representante de vendas Rodrigo Gimenes, 37, teve que recorrer a uma alternativa. Ele foi até o carro dar uma carga para poder voltar a se comunicar com o mundo.