SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma das coisas mais legais de ser criança, além de brincar e aprender, é fazer isso visitando a casa dos nossos amigos e parentes que moram mais longe, seja em outro bairro, outra cidade ou até em outro país. Quando a gente tem contato com outras realidades, diferentes da nossa, aprendemos novas brincadeiras, novos jeitos de falar e até de passar o tempo. E às vezes gostamos tanto dessas novidades incorporamos elas na nossa vida.
Foi exatamente o que aconteceu com Júlio, um garoto de oito anos nascido na cidade grande que um dia foi passar férias na casa dos avós, na fazenda Cocoricó, e acabou se apaixonando pela vida no campo. Ele fez amizade com os animais, adorou as aventuras na fazenda e acabou indo morar lá com os avós.
Você talvez não conheça o Júlio, mas seu irmão mais velho ou seus pais com certeza conhecem. Ele é o personagem principal de “Cocoricó”, uma série infantil brasileira que estreou na TV Cultura em 1996 e foi um grande sucesso, fazendo parte da infância de muitos adultos de hoje. Acompanhar as aventuras de Júlio e da bicharada era muito divertido. E ainda dava para aprender várias coisas legais já que, a cada episódio, a turma descobria um mundo de coisas novas e interessantes.
A trilha sonora também era muito legal. A turma do Júlio cantava várias músicas engraçadas, fáceis de cantar e dançar e que grudavam igual chiclete na cabeça. Como a abertura (“…o Júlio na gaita e a bicharada no coral, cantando o rock rural, Cocoricó!”), a da chuva (“Chove, mas como chove! Chuva, chuvisco, chuvarada… Por que é que chove tanto assim?”) e até uma sobre cocô (“Tem muito bicho que acha que cocô é lixo, que não serve pra nada, que acabou. Ô bicho! Você não sabe de nada! Cocô ajuda a terra a fazer comida pra você comer!”)
Cocoricó passou na TV até 2013, quando chegou até a ganhar um prêmio, o Troféu Imprensa, de melhor programa infantil. Mas a boa notícia é que, neste dia das crianças, a emissora vai voltar a exibir o programa. Serão 26 episódios semanais, que vão ao ar aos sábados, a partir das 12h30 -todos sobre educação financeira, que é o tema da temporada. Mas como assim, educação financeira? O Júlio e os bichos vão ter cartões de crédito e maquininhas? Eles vão sair da fazenda para ir ao shopping? Segundo Fernando Gomes, criador da série, não.
“Os personagens não são consumistas, não têm nenhum apego a dinheiro. O beabá do Cocoricó são os amigos que se juntarem para se ajudar”, explica ele. “Vamos ver o Júlio vendendo limonada para comprar um livro de escola, para comprar uma passagem para um dos amigos matar a saudade da praia ”
Um dos três episódios deste sábado de estreia, por exemplo, fala sobre uma situação que você com certeza vive. Júlio começa o episódio surpreso e indignado porque sua mesada sempre acaba quando ainda falta muito tempo para a próxima. Nessa, Zazá, uma das galinhas mais velhas e experientes da fazenda (conheça os personagens ao lado) o ajuda a se planejar para fazer o dinheiro da mesada durar mais. Não é algo muito útil de se aprender?
UM DIA EU SEREI ADULTO. PRECISO ME PREPARAR, AFIRMA JÚLIO
Folhinha foi ao paiol e conversou com o Júlio sobre a nova temporada do programa “Cocoricó”
PERGUNTA – Que legal que você está de volta, Júlio! O que você fez desde que o programa parou?
JÚLIO – Eu fiz um monte de coisa! Mas o mais legal foi abrir o meu canal na internet. Agora eu sou internético! Tenho o CanaldoJulioOficial, que nasceu no YouTube, contando histórias inéditas, que não estão na TV. Mas depois também foi para o Instagram. Lá eu falo um monte de bobagem, recebo amigos, converso com o pessoal…
P – O que te deixa mais animado com a nova temporada?
J – Reencontar todo mundo! A gente sempre se encontra, mas não mostra tudo para vocês, né? Agora vamos reencontrar todo mundo, inclusive quem assiste à gente! Vai ter histórias novas com a turma toda!
P – A temporada vai falar de educação financeira. Mas dinheiro não é coisa de adulto?
J – Ué, dinheiro é coisa de adulto, sim. Não quero nem pensar nisso agora. Mas tenho que pensar, porque eu vou ser um adulto um dia… Eu acho, né? Aí preciso me preparar desde pequenininho para lidar com dinheiro. Por isso a gente vai falar disso.
P – Se você tivesse todo o dinheiro do mundo, o que você faria com ele?
J – Puxa, puxa, que puxa! Eu não quero isso, não. Se eu tenho todo o dinheiro do mundo, ninguém mais tem dinheiro, só eu. Isso não é legal, não. Eu preferia que esse dinheiro fosse distribuído para todo mundo, certinho, igual.