BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Justiça e Segurança Pública disse que a Polícia Federal vai investigar o caso envolvendo seis pacientes que estavam na fila de transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro e receberam órgãos contaminados pelo vírus HIV.

O Ministério da Saúde também instaurou uma auditoria para investigar o sistema de transplantes no Rio de Janeiro e verificar possíveis irregularidades na contratação do laboratório responsável pelos exames.

A auditoria será realizada pelo Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS). Além disso, a pasta solicitou a interdição cautelar do Laboratório PCS LAB Saleme/RJ, cuja unidade operacional fica no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro.

O episódio ocorreu em testes realizados por um laboratório privado, contratado pela Fundação Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, para atendimento ao programa de transplantes no estado.

O Ministério da Saúde também determinou que a testagem de todos os doadores de órgãos no Rio de Janeiro voltasse a ser feita exclusivamente pelo Hemorio. Além de solicitar a retestagem do material de todos os doadores de órgãos feita pelo laboratório para identificar possíveis novos casos.

Mais cedo, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro classificou o ocorrido como “inadmissível” e ressaltou que se trata de uma situação sem precedentes.

Por causa disso, uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados. O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente.

Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não divulgaram detalhes das circunstâncias.

O laboratório PCS LAB informou, em nota, que comunicou à Central Estadual de Transplantes os resultados de todos os exames de HIV realizados em amostras de sangue de doadores de órgãos entre 1º de dezembro de 2023 e 12 de setembro de 2024, período no qual prestou serviços à Fundação de Saúde do Estado.

A empresa destacou que, durante esses procedimentos, foram utilizados os kits de diagnóstico recomendados pelo Ministério da Saúde e aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).