SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem foi agredido com uma garrafa de vidro dentro de um bar no Bixiga, na Bela Vista, região central de São Paulo, e precisou receber mais de 30 pontos no rosto. Leandro Oliveira Paes, 31, que é promotor de eventos, ficou com o rosto desfigurado, teve sequelas na visão e afirma que perdeu uma oportunidade de emprego por causa da agressão.

O caso, que ocorreu no bar Funilaria na madrugada de 27 de setembro, foi noticiado inicialmente pelo site Metrópoles e confirmado pela reportagem. O agressor era um homem desconhecido da vítima que, segundo Paes, estava bêbado e tentou agarrá-lo. Ele conseguiu fugir e, duas semanas depois, ainda não foi identificado.

A vítima conta que estava em frente ao banheiro nos fundos do bar, por volta das 2h30, quando foi abordada pelo sujeito. Após ser repelido por Paes, o agressor pegou uma garrafa de cerveja de 600 ml e o atingiu no rosto.

Pedaços de vidro o atingiram duas vezes no supercílio e também entre o nariz e o olho esquerdo. Outro ferimento rasgou a pele entre a bochecha e o buço. Paes diz estar com a vista embaçada por causa dos ferimentos no olho. “Não estou enxergando direito no lado que foi atingido. Tinha bastante vidro ao redor do olho”, ele conta.

Segundo a vítima, o agressor vestia camisa, bermuda e uma pochete. Paes, que mora próximo ao bar e é cliente assíduo, diz nunca ter visto o homem no estabelecimento até então. Ele ouviu de amigos que o agressor foi um dos primeiros a entrar no bar, ainda na noite de quinta-feira, mas não estava acompanhado. “Ele estava sozinho o tempo todo, ninguém conhece ele, até hoje não sabem quem é.”

Ele foi socorrido por outros clientes do bar e por uma bombeira que trabalhava no local. Uma camiseta foi usada para estancar o sangramento. Ele desmaiou ao menos três vezes, sentado numa cadeira na calçada em frente ao bar, enquanto aguardava a chegada da ambulância.

“Tinha apenas uma mulher segurança, dentro, e essa bombeira”, diz Paes.

Procurado por e-mail na tarde desta sexta-feira (11), o bar Funilaria não respondeu à reportagem.

Diante da repercussão do caso nesta sexta, Paes foi chamado por um delegado do 5º DP (Aclimação) para confirmar que tem interesse em seguir com o caso, registrado por meio de boletim de ocorrência eletrônico. Em casos de agressão, é preciso que a vítima manifeste interesse em representar criminalmente contra o autor -mesmo desconhecido- para que a investigação prossiga.

Além dos ferimentos e das sequelas na visão, a vítima relata que perdeu uma vaga de trabalho.

Paes afirma que começaria a trabalhar num escritório na última semana. “Acabou não dando certo porque eu preciso ficar em repouso, preciso ficar me recuperando”, diz. “Foi um prejuízo financeiro, um prejuízo estético, um prejuízo psicológico. Só quero justiça. Quero meus direitos, saber quem é o agressor e que o bar tome as providências.”