RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Numa das poucas cidades em que se envolveu pessoalmente na campanha no Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta segunda-feira (7) novas eleições em Angra dos Reis (RJ).

A alegação não é fraude nas urnas eletrônicas, como ele indicava no passado, mas um suposto abuso de poder econômico e político e uso da máquina por parte do prefeito Fernando Jordão (MDB) em favor de seu candidato, Carlos Ferreti (MDB).

O candidato de Bolsonaro, o empresário Renato Araújo (PL) perdeu por uma diferença de 1.102 votos para Ferreti. O emedebista teve 42,41% dos votos válidos, enquanto o bolsonarista, 41,27% –por ter menos de 200 mil habitantes, a cidade não tem segundo turno.

Araújo tem forte ligação com Bolsonaro, a ponto de ter sido o responsável pela reforma de sua casa de veraneio na cidade, na Vila Histórica de Mambucaba. O ex-presidente esteve na cidade na última quarta-feira (2), antes de se dedicar à campanha do deputado Alexandre Ramagem (PL), no Rio de Janeiro.

Em vídeo divulgado por Araújo em suas redes sociais, Bolsonaro afirmou que investigações da Polícia Federal vão indicar fraudes cometidas pelos adversários.

“As eleições ainda não acabaram em Angra dos Reis. Vocês sabem de todo o trabalho que o outro lado fez contra a gente, burlando leis. Inclusive comemoram desferindo palavrões à minha pessoa. Mas, no dia anterior, estavam panfletando com a minha cara e o Ferreti. Tudo documentado, [com] ações da Polícia Federal. Podem ter certeza que tudo isso vai continuar. Tenho certeza que novas eleições no mínimo ocorrerão aí em Angra.”

A família Bolsonaro vem fazendo acusações contra Jordão e Ferreti desde o início das eleições.

Na sexta-feira (4), o senador Flávio Bolsonaro (PL) acionou a Polícia Federal sob alegação de que os emedebistas produziram material de seu candidato com a foto de Bolsonaro.

Araújo afirmou dias antes ter sido alvo de disparos em visita a uma favela da cidade. Ele atribuiu o ataque à suposta ligação entre Jordão e criminosos. Ele também alega que a campanha de Ferreti pagou ex-funcionários de sua empresa para fazer acusações falsas.

Bolsonaro também viu sua única ex-assessora na cidade apoiar o emedebista. Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí, acusada pelo Ministério Público Federal de ter sido funcionária fantasma do ex-presidente por anos, apoiou Ferretti. Ela chegou a ser agredida num evento de rua, sendo acusada de ter traído o ex-chefe.

Em nota, Ferreti afirmou que seu adversário moveu 40 ações na Justiça contra sua campanha.

“O prefeito eleito, Cláudio Ferreti (MDB), lamenta que o adversário não respeite a vontade popular e siga tentando ganhar a eleição na Justiça”, disse, em nota, a campanha do emedebista.