Um relatório divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta segunda-feira (7) incluiu o cantor Leonardo, conhecido artisticamente como Emival Eterno da Costa, na chamada “lista suja” do trabalho escravo. Essa lista, atualizada semestralmente, revela os empregadores que expuseram seus trabalhadores a condições análogas à escravidão. Com a adição de 176 novos nomes, o total atual chega a 727.

A inclusão de Leonardo se deu após uma fiscalização realizada em novembro de 2023 na Fazenda Talismã, localizada em Jussara, Goiás, onde ele é proprietário. A propriedade, avaliada em R$ 60 milhões, apresentou graves irregularidades: seis trabalhadores, incluindo um adolescente de 17 anos, foram encontrados em condições degradantes, que configuram o que o ministério classifica como “escravidão contemporânea”.

O relatório do MTE descreve que esses funcionários pernoitavam em uma casa abandonada, sem acesso a água potável ou banheiro. Eles dormiam em camas improvisadas feitas de tábuas de madeira e galões de agrotóxicos, em um ambiente infestado de insetos e morcegos, além de exalar um forte odor desagradável. O Globo tentou contato com a assessoria de Leonardo, mas ainda não obteve resposta.

Entre as áreas econômicas que mais contribuem para a “lista suja” do trabalho escravo, destacam-se a produção de carvão vegetal (22 empregadores), criação de bovinos (17), extração mineral (14) e cultivo de café, além da construção civil, com 11 empregadores cada. Essas informações foram fornecidas pelo próprio MTE.

Sobre a Fazenda Talismã

A Fazenda Talismã, situada em Jussara, a aproximadamente 220 quilômetros de Goiânia, possui cerca de mil hectares e abriga criações de gado e cavalos. A propriedade conta com uma extensa estrutura de lazer, que inclui quadras de vôlei e um lago ao redor da casa principal, onde os familiares e amigos do cantor podem até andar de jet-ski. A avaliação da propriedade gira em torno de R$ 60 milhões.