CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Ao votar neste domingo (6), o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), afirmou à imprensa que “esta discussão nacional entre direita e esquerda” deveria ficar “em segundo plano” na disputa em Curitiba, onde ele apoia o candidato Eduardo Pimentel (PSD).

“A gente fica discutindo na internet estas teses de esquerda e direita, questões nacionais, impeachment de Alexandre de Moraes, como se isso fosse mudar a vida de quem mora em Curitiba no dia a dia”, disse Ratinho. “Temos que pensar na dona Maria, na criança que precisa de uma boa escola, de uma boa merenda, as ruas estarem pavimentadas, num bom transporte público”, continuou.

A declaração vem na esteira do crescimento da candidata Cristina Graeml (PMB), conhecida nas redes sociais por defender as pautas bolsonaristas e levantar as bandeiras anti-PT. Ela pulou de 5% para 26% das intenções de voto entre as duas últimas pesquisas da Quaest, divulgadas em 17 de setembro e 5 de outubro, respectivamente.

Nos últimos dias, Cristina aproveitou para reforçar as críticas ao PSD, em função da resistência de lideranças da sigla à ideia de impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) no Senado.

“A discussão nacional é 2026. Temos que olhar agora para os problemas da cidade de Curitiba. Quais os desafios dela para o futuro e propor soluções”, disse o governador.

Cristina é defensora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), embora o PL esteja formalmente na chapa de Pimentel, com Paulo Martins (PL) como candidato a vice-prefeito.

Na tarde deste sábado (5), ela publicou um vídeo em suas redes sociais em que Bolsonaro aparece dizendo a ela, em uma videochamada, que “não abro o voto pra você, você sabe porquê, mas eu tenho por você tremenda consideração, torço por você e ponto final”.

A campanha de Pimentel tem reagido a Cristina com publicações de nomes ligados à direita. Na tarde deste sábado (5), o ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo) foi escalado para defender Pimentel.

Deltan, cujo partido integra a coligação de Pimentel, disse que o candidato do PSD está “alinhado com valores cristãos e conservadores”. “Eduardo se comprometeu a defender a vida, a família, a segurança pública”, disse ele.

Já o candidato do PSB, Luciano Ducci, que tem o apoio do PDT e do PT, seguiu pedindo o “voto útil” na tarde deste sábado (5) para impedir um segundo turno entre “a direita [Pimentel] e a extrema direita [Cristina]”. Além de Ducci, o eleitorado de esquerda na capital se divide entre o ex-governador Roberto Requião (Mobiliza) e a professora Andrea Caldas (PSOL).