SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A maior parcela dos eleitores, 44%, diz não saber quem teve o melhor desempenho no debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado na última quinta-feira (3). O instituto questionou aos eleitores quem se saiu melhor no evento transmitido pela TV Globo.

Para 16% dos entrevistados, Guilherme Boulos (PSOL) teve a melhor participação, seguido de Pablo Marçal (PRTB), citado por 13%, Ricardo Nunes (MDB), por 12%, todos empatados dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando nível de confiança de 95%.

O Datafolha entrevistou 2.052 eleitores paulistanos entre sexta-feira (4) e este sábado (5). Encomendado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, o levantamento está registrado na Justiça Eleitoral sob o código SP-05101/2024. O nível de confiança é de 95%.

Segundo o instituto, 44% dos entrevistados dizem ter assistido ao debate, o 11º realizado durante a campanha na capital paulista. Outros 56% afirmaram que não viram o programa.

O evento da TV Globo deu 17 pontos de audiência, na média do Ibope, com picos de 21 na Grande São Paulo. Cada ponto equivale a 191 mil telespectadores.

O debate teve o atual prefeito de São Paulo na mira dos adversários e troca de acusações, mas sem a mesma agressividade que marcou parte dos programas anteriores. Marçal mirou tanto em Nunes quanto em Boulos e viu os rivais tentarem isolá-lo no início do encontro.

Boulos e Tabata Amaral (PSB) fizeram dobradinha para criticar Nunes, mas a deputada também o atacou, em estratégia para tentar crescer e chegar ao segundo turno. José Luiz Datena (PSDB) apresentou críticas a Nunes e buscou se colocar como uma opção de centro e avessa a extremismos.

No último debate antes do pleito, Boulos atacou Marçal e travou embates diretos com ele, explorando a rejeição do influenciador entre o eleitorado feminino e perguntando: “Por que odeia tanto as mulheres?”.

O deputado também lembrou que a equipe do candidato do PRTB tem pessoas que já foram ligadas a João Doria (PSDB), a quem classificou como “uma enganação” e “um dos piores prefeitos de São Paulo”.

O deputado do PSOL, falsamente acusado por Marçal ao longo da campanha de ser usuário de cocaína, apresentou um exame toxicológico. Ele foi alertado pelo mediador, César Tralli, de que já que era proibido exibir objetos, mas não recebeu punição.

O resultado negativo para cocaína foi postado nas redes do candidato, que alfinetou o influenciador perguntando se ele iria fazer exame psicotécnico. A falta de punição a Boulos gerou críticas de Marçal depois do debate.

No começo do programa, Tralli havia lido as regras dizendo que os candidatos não poderiam “deixar suas posições nem exibir para as câmeras documentos, panfletos ou textos nem usar tablets e celular”.