SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dez anos após construir seu primeiro carro no Brasil, a BMW anuncia um novo ciclo de investimentos no país. A fábrica de Araquari (SC) vai receber um aporte de R$ 1,1 bilhão, com previsão para ocorrer entre 2025 e 2028, com foco no desenvolvimento de modelos com maior eficiência energética.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (4) por Milan Nedeljkovic, membro do conselho de administração e produção da BMW. O executivo disse que a fábrica é uma das mais versáteis no mundo, capaz de produzir, ao mesmo tempo, automóveis a gasolina, flex ou híbridos.

Com a evolução, será possível montar até veículos 100% elétricos no Brasil. Hoje, os principais carros nacionais da marca são o sedã Série 3, com motor 2.0 turbo flex, e o SUV X1 em duas versões a gasolina.

O próximo modelo a entrar em produção será o SUV de luxo X5 PHEV. A sigla se refere à tecnologia híbrida plug-in, que concilia motorização a combustão e elétrica, cm possibilidade de recarga em eletropostos ou garagens.

Nedeljkovic afirma que o grupo BMW tende a iniciar o processo de eletrificação com o lançamento de híbridos, que podem ser seguidos por versões apenas a bateria. Esse deverá ser o caminho adotado no Brasil, mas ainda não foram definidas datas para produção de opções 100% elétricas.

A decisão de produzir no Brasil foi tomada no início da década passada, pouco antes das mudanças de tarifa que resultaram no regime de cotas e na sobretaxa sobre modelos importados (2011), no governo Dilma Rousseff (PT).

A primeira unidade foi montada em outubro de 2014: um sedã Série 3 branco equipado com motor flex, que faz parte do acervo da marca e tem assinaturas dos funcionários da empresa na carroceria.

Na época, o carro custava a partir de R$ 134.950. Hoje, o preço começa em R$ 332.950, segundo o site da montadora alemã.

Na inauguração, a montadora anunciou que a capacidade de produção seria de 32 mil carros por ano, mas as crises que vieram na sequência travaram o mercado de carros de luxo no Brasil e impediram a expansão. Hoje, o número é estimado em 11 mil unidades/ano.

Maru Escobedo, presidente do BMW Group Brasil, disse que a produção segue a demanda, e afirmou ainda que, conforme o crescimento do mercado, é possível aumentar o número de unidades fabricadas.

Ainda assim, trata-se da operação mais bem-sucedida entre as marcas premium no Brasil, com volume maior de produção local e mais processos fabris quando comparado a Audi (São José dos Pinhais, PR) e Jaguar Land Rover (Itatiaia, RJ).

A Mercedes-Benz encerrou a produção local de carros de passeio em dezembro de 2020. A fábrica de Iracemápolis (interior de São Paulo) pertence hoje à chinesa GWM.